Iniciativa revela equilíbrio na composição racial da equipe e que a maioria dos entrevistados se sente totalmente respeitada no ambiente de trabalho
O CSVP reafirma seu compromisso com uma educação inclusiva e transformadora ao promover o Censo de Diversidade entre 172 educadores da instituição. Realizado em 2024, o estudo faz parte de um programa de formação continuada da equipe, com foco em práticas antirracistas e recursos pedagógicos interativos que valorizam a história e a cultura afro-indígena.
O Censo mostrou que a composição racial atual da equipe pedagógica apresenta relativo equilíbrio, com 53% pessoas brancas e 44% de profissionais pardos e negros. Tendência também presente entre a liderança: 45% dos entrevistados afirmaram que o responsável direto pela gestão de seus setores é uma pessoa preta ou parda, enquanto 50,60% responderam que não.
O estudo revelou ainda que mais de 78% dos entrevistados se sentem totalmente respeitados no ambiente de trabalho e mais de 51% nunca sofreu e nem presenciou alguma discriminação, preconceito e/ou violência no CSVP. No entanto, quando analisados os dados entre os profissionais pretos, 40% deles afirmaram ter enfrentado preconceito e obstáculos à progressão de carreira, dados que reforçam a importância das ações afirmativas já em curso na escola.
Em contrapartida, o censo revelou também que quando questionados sobre os canais de denúncia, a maioria absoluta demonstrou confiança – apenas pouco mais de 2% dos entrevistados revelou não confiar nos canais ou processos da escola.
Outro ponto que merece destaque é o engajamento em tornar a escola um ambiente acessível e equitativo. A partir do censo, foi possível identificar que 43% dos colaboradores consideram a acessibilidade parcial e que educadores das áreas administrativa e de serviços gerais enfrentam maiores desafios de progressão profissional, especialmente quando analisadas as interseções de etnia, escolaridade e gênero.
O Censo de Diversidade 2024 integra uma série de ações pedagógicas voltadas para o letramento racial, com foco no fortalecimento da diversidade, no combate ao racismo e na valorização das heranças culturais africanas e indígenas. Além do trabalho junto aos educadores, algumas iniciativas também abrangem todas as etapas da educação básica e têm como principal objetivo formar cidadãos críticos, sensíveis e atuantes em prol da igualdade racial. O colégio acredita que educar para a diversidade é um passo essencial na construção de uma sociedade mais justa e solidária.
Dados do Censo de Diversidade 2024
1. Composição Étnico-Racial
A maior parte dos educadores brancos atua na área pedagógica, enquanto pardos predominam na área administrativa e pretos em serviços gerais.
2. Escolaridade
Brancos possuem os maiores níveis de escolaridade (57,61% com pós-graduação). Pretos e pardos têm taxas similares de pós-graduação (~24%), mas apresentam mais dificuldades de acesso ao ensino superior.
3. Gênero e Identidade de Gênero
Brancos possuem os maiores níveis de escolaridade (57,61% com pós-graduação). Pretos e pardos têm taxas similares de pós-graduação (~24%), mas apresentam mais dificuldades de acesso ao ensino superior.
4. Preconceito e Discriminação
23,3% dos educadores afirmaram já ter sofrido algum tipo de discriminação. Entre pretos, esse número chega a 40%.
76,70%, afirmou nunca ter sofrido qualquer tipo de discriminação, preconceito ou violência.
Apesar de não representar a experiência da maioria dos respondentes, parte significativa (40,12%) já presenciou diferentes formas de discriminação, preconceito e/ou violência no ambiente escolar. Cerca de 12,80% dos respondentes relataram ter presenciado capacitismo, enquanto 15,70% presenciaram classismo e 16,90% presenciaram discriminação estética. Além disso, 9,88% dos respondentes presenciaram etarismo, 5,81% intolerância religiosa, 16,90% LGBTQPIAN+fobia, 21,50% misoginia, machismo e/ou sexismo, 22,10% injúria racial e/ou racismo e 6,40% xenofobia.
5. Respeito no Ambiente de Trabalho
Nenhum respondente declarou não se sentir respeitado.
6. Obstáculos à Progressão de Carreira
23,84% afirmam existir barreiras relacionadas à identidade pessoal.
Entre os pretos, esse índice é de 40%.
7. Diversidade Religiosa
(*) Outros incluem: candomblé, judaísmo, hinduísmo, islamismo, ateus, agnósticos. pessoas que preferiram não responder ou que dizem ter outra fé, religião ou crença.
8. Acessibilidade
Apenas 4,07% dos educadores se identificam como PcD.
9. Origem e Identidade Ancestral
38,37% conhecem suas raízes até os bisavós, e 15,70% até os tataravós.
Há grande diversidade nas identificações — 35,47% relataram raízes europeias, 13,95% africanas, 10,47% indígenas, 2,33 médio-orientais. 22,09% afirmaram desconhecer sua identidade ancestral.
10. Sexualidade
84,30% se identificam como heterossexuais e declaram sentir-se totalmente respeitados no ambiente de trabalho. Por outro lado, entre aqueles que marcaram outras orientações, como Assexual, Bissexual, Homossexual e Pansexual, a maioria declara sentir-se parcialmente respeitada.
11. Faixa Etária
A maioria dos educadores tem entre 35 e 64 anos (cerca de 80%).
Colaboradores mais jovens (18 a 24 anos) percebem mais obstáculos à carreira.
12. Confiabilidade dos Canais de Denúncia
O canal mais citado foi a mensagem ao responsável direto pelo setor (36,05%).
Há expressiva confiança nos canais internos, com apenas 2,33% declarando não confiar em nenhum.
O Censo de Diversidade não é só dados é direção!
Ao concluir este Censo de Diversidade, o Colégio São Vicente de Paulo reafirma seu compromisso profundo com a promoção de uma cultura escolar pautada no respeito, na representatividade e no diálogo permanente sobre raça, gênero e acesso. Os dados — que mostram equilíbrio racial, reconhecimento de vivências diferenciadas e pontos de atenção quanto às desigualdades — não são apenas números, mas bússolas para ações mais efetivas. Ao acolher vozes, fortalecer canais de denúncia, engajar educadores e desenhar práticas pedagógicas antirracistas inclusivas, o CSVP avança na construção de um ambiente ainda mais justo e acolhedor. Educar para a diversidade é continuar a formar cidadãos atentos, sensíveis e comprometidos com uma sociedade mais igualitária e solidária.
